Fasceíte plantar

A fasceíte plantar é uma inflamação do tecido conjuntivo fibroso (fáscia) que corre ao longo da superfície plantar do pé, do calcanhar até os dedos. Este forte tecido plantar tem como função manter o arco do pé. É também um dos principais transmissores do peso em todo o pé quando caminhamos ou corremos. Portanto, o estresse colocado sobre este tecido é intenso.

Existem muitas alterações que podem ocasionar a dor na planta do pé. A lesão aguda por um trauma, o impacto repetitivo no esporte ou no trabalho, a atrofia e a diminuição da espessura da gordura plantar, infecções bacterianas e compressões de nervos ao nível do pé e tornozelo. A dor plantar também está relacionada com sobrepeso e obesidade, principalmente se este ganho de peso ocorreu abruptamente.

A dor pode ser intensa, pontual como se um prego estivesse cravado ou algo estivesse sendo rasgado. Ela é maior ao levantar da cama pela manhã logo nos primeiros passos, melhorando com o passar do dia. Outras vezes, após permanecer muito tempo sentado, os primeiros passos podem acarretar dor forte.

Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, o osteófito (esporão), quando aparece na radiografia, não é culpado pela dor. Ele simplesmente é uma calcificação interna de outra estrutura do pé, o tendão flexor curto do hálux. O esporão não tem relação direta com a fáscia plantar e a sua direção é para anterior, isto é, ele aponta para frente do pé e não para a planta. Cerca de 15 % das pessoas possuem o esporão do calcâneo e somente 50 % das pessoas que sofrem de dor plantar apresentam o esporão.

O diagnóstico de fasceíte plantar é essencialmente clínico. A história detalhada do paciente, a caracterização da dor e o exame físico do pé nos dão dados suficientes para o diagnóstico de fasceíte plantar

Exame de imagem: O raio-xnão revela a fasceíte plantar, mas pode nos mostrar cistos ou tumores ósseos do calcâneo, também mostra a calcificação do esporão, apesar de não ser ele o culpado pela dor; A ultrassonografia é um exame barato e pode mostrar espessamento e aumento de líquido ao redor da fáscia, caracterizando o processo inflamatório; A ressonância nuclear magnética é o melhor exame para visualizar a fasceíte plantar, porém não é necessária para o diagnóstico, além de ser extremamente cara.

O tratamento da fasceíte plantar é essencialmente conservador, isto é, sem a necessidade de cirurgia ou métodos invasivos, e depende muito da atitude e perseverança do paciente.

A medicação anti-inflamatória pode ser usada para controlar a dor por curto período, melhorando parcialmente e temporariamente o sintoma por alguns dias. Palmilhas moldadas ajudam a sustentar o arco do pé e distribuir melhor a carga, além de diminuir o impacto com o solo da região plantar afetada.

A fisioterapia é a principal arma para tratar a fasceíte plantar. Ela deve ser realizada com frequência e persistência. Um bom programa de alongamento da panturrilha e do pé é essencial, além da orientação fundamental ao paciente para realização desses exercícios diários em casa.

O controle do peso corporal é importante e ajuda a diminuir o stress sobre a fáscia plantar, além de propiciar melhor condição física para realizar os exercícios fisioterápicos.Pode ser utilizado uma órtese noturna ao nível da perna e do pé para manter o alongamento da fáscia plantar e da musculatura posterior durante a noite. Essa órtese melhora consideravelmente a dor que acompanha os primeiros passos da manhã.A infiltração é raramente indicada pois apesar de alívio dos sintomas é sujeita a lesão mecânica direta pela agulha e lesão química ocasionada pelo uso de corticóide diretamente na estrutura da fáscia plantar, podendo ocorrer aumento da degeneração, ruptura e até mesmo infecção.

O tratamento através da utilização de ondas de choque vem sendo empregado em algumas clínicas. O custo do tratamento é elevado e não há ainda estudos que indicam a sua utilização em casos iniciais de dor plantar. Sua utilização foi aprovada pelo FDA americano somente em casos crônicos, onde a dor persiste após 6 meses a 1 ano de tratamento bem realizado e orientado, e tem uma variação de 50 a 80% de bons resultados.

A cirurgia de alongamento para fasceíte plantar pode ser realizada quando não existe melhora dos sintomas após, pelo menos, 6 meses de tratamento conservador continuado e bem realizado. Ela está indicada quando existe encurtamento e contratura persistente da musculatura da panturrilha.

 

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